quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Vegetariana: ser ou não ser?


Não sou vegetariana, mas também não faço questão de comer carne. Se fosse escolher, diria sem dúvida que a carne que prefiro é a de frango. De todos os pratos, meu favorito é o frango ensopado ao molho de ervilhas e batatas que minha mãe fazia. Ela chamava de quebra-galho, prato de improviso quando estava sem tempo de pensar em algo mais "elaborado". Eu adorava! E a minha seqüência de prediletos vêm na lista da carne de frango como, por exemplo, canja, que nada mais é do que a versão "caldosa" do frango ensopado com arroz; ou o risoto de frango, outro parente. Strogonoff de frango, que não me parecia interessante, mas aceitei provar por causa de seu ingrediente principal e acabei gostando bastante. E a divina, maravilhosa macarronada ao molho de frango caipira com colorau feita pela Dona Nêga, esposa do capataz da fazenda de um primo do meu pai, em Guaraçaí, sempre que íamos lá. Havia também a torta de frango, os salgadinhos de festa, como coxinha, empada ou risólis de frango, etc..

Quando eu era criança, não ouvia ninguém falar de vegetarianismo. Minha professora de yoga na faculdade comentou conosco que não devíamos comer animais que estivessem próximos a nós na linha evolutiva. Ou seja, deveríamos optar por aves e peixes e esquecer a carne dos mamíferos. Por mim, tudo bem, pensei, porque nunca fiz questão de carne vermelha. Mas, ah, eu gostava de carne suína. Um lombinho, bistequinha de porco ou pernil assados com limão, que peninha, deixar de comer. E a feijoada? E a sopa de lentilha sem a lingüicinha calabresa? E o presunto? É ficava difícil...

Sempre disse que, se tivesse que matar o animal pra comer, então não haveria problema. Virava vegetariana, na hora! Mas como nunca foi necessário, continuava com a carne. Até agora.

É, até agora porque, sem desistir totalmente, resolvi diminuir o consumo. Se quando criança comíamos carne todos os dias (minha mãe achava que, sem carne, não havia refeição), hoje podem se passar semanas sem que eu prove um pedacinho sequer. E não estou sentindo tanta falta assim. Não acho que seja porque estou me habituando. Ainda sonho com aqueles pratos todos. Mas a carne de hoje já não tem mais o mesmo sabor de antigamente. Já tem uns quantos anos que venho notando isso. Compro a carne, preparo, boto mil temperos e o gostinho bom fica por conta ... dos temperos! A carne mais parece um bagaço de carne, com gosto de quase nada! Deve ser por causa do processamento atual. Pra durar mais, pra vender mais pra lugares mais distantes, sei lá, devem preparar a carne de um jeito que perde toda a graça! Ou então são os malditos hormônios que dão pros bichos ficarem maiores ou sei lá o quê! E que a gente come por tabela, não é mesmo? (o que faz com que a carne seja mais nociva à nossa saúde do que deveria ser).

Pois é, a ironia das coisas. Fazem tudo isso pra vender mais e a gente (eu, pelo menos) fica cada vez mais com menos vontade de consumir! E assim, sem querer querendo, vou ficando com um cardápio mais vegetariano. Não é que Deus escreve certo por linhas tortas?



(fonte da imagem: www.fogaodomineiro.blogspot.com)

Um comentário:

Alan Tykhé disse...

Me deu uma 'baita' vontade de comer frango agora... rs

Quanto ao vegetarianismo, é uma alternativa ecológica, já que a produção de carne vermelha tem altos custos de produção, que superam uma dezena de vezes o custo para produção de vegetais, entre outros.

Não tenho nenhum 'fanatismo' por carne vermelha, mas principalmente naquele churrasco de fim de semana é indispensável!

Abraço